Promessa é dívida, por isso a capa desta edição vem com a foto de Márcio Freire, nosso eterno ídolo Mad Dog. Vem com atraso, mas com muito carinho por uma figura que tinha tudo a ver com o MUTCHA ONDA.
Quando pensamos em encarar o desafio do jornal impresso, no início de 2022, logo pensamos em Márcio para a entrevista principal e capa da edição de lançamento. Nós o procuramos e ele ficou amarradão. Mesmo de malas prontas para sua última trip para a Indonésia, ele nos recebeu em sua casa de braços abertos para um papo emocionante.
A ligação que temos com o “Bolha” vem de quando ele ainda era um surfista mirim, por isso nos divertimos muito lembrando sua passagem pelos campeonatos do Barravento no final dos anos 80, seus títulos, os treinos na ACASURF e o nosso encontro no Hawaii assim que ele chegou para fazer história no big surf mundial. Márcio estava empolgado com a ideia do jornal, e mais ainda por termos o escolhido como destaque da edição.
Gravamos a entrevista e ele viajou para Bali com a promessa de nos mandar uma foto em alta resolução para a capa, e estar por aqui no dia do lançamento. Não rolou nem uma coisa, nem outra. Márcio estava feliz na trip e acabou prorrogando sua estada por lá. E nós tivemos que improvisar uma capa com a foto de um outro surfista casca grossa da Bahia.
Quando a edição saiu, nós o enviamos a versão digital e as imagens da festa do coquetel de lançamento. Ele ficou radiante pelo resultado da sua entrevista e por ver tantos amigos de várias gerações reunidos em torno da edição que contava um pouco da sua história.
Assim que ele chegou, nós o encontramos para entregar o jornal. De cara, ele abriu um largo sorriso por ver materializado um projeto que ele mesmo incentivou quando o entrevistamos. Disse ele na ocasião, “o MUTCHA ONDA vai brocar, não vai ter parada, todo mundo vai gostar, vai se amarrar!”. Ele arregalou os olhos com a onda de Tito Trigo no Farol de Itapuã estampada na capa, e ao ver a sua entrevista, seu semblante logo denunciou a sua aprovação.
Ele falou que se sentia honrado por termos o escolhido para iniciar um projeto tão especial e demonstrou uma enorme gratidão como se nós estivéssemos lhe fazendo um favor, lhe dando um presente. Mas, foi o contrário. A sua imagem carregada com toda a sua história, carisma e humildade é que representava para nós uma grande honra. E prometemos a capa em uma oportunidade futura, com uma foto da sua escolha, enfatizamos mais uma vez que não era um favor, mas uma obrigação da nossa parte por sua grandeza.
Márcio era muito mais que um Big Rider consagrado mundialmente, ele era a humildade em pessoa. Naquele dia que lhe entregamos o jornal, ao nos despedirmos, dissemos a ele que o que mais nos impressionava era a sua humildade frente ao gigante que se tornou no Surf mundial, e não o fato de ter se tornado o próprio gigante. Ele sorriu meio sem jeito pelo elogio confirmando a nobreza da sua humildade, e nos presenteou com um brilho nos olhos que jamais esqueceremos.
A nossa dívida está sendo paga nesta edição em que comemoramos um ano de existência e o início de um novo ciclo. Para nós, é uma honra contar com o seu brilho nestes dois momentos marcantes da nossa jornada. Um cara iluminado que vibrou com a ideia do MUTCHA ONDA desde o início e nos instigou a seguir em frente com a mesma coragem e alegria que ele remava numa onda gigante em Jaws.
Mais uma vez ele não estará fisicamente no lançamento, mas a sua vibração estará muito viva para contagiar a todos com a sua bela energia. Então, segue a luz, fica o exemplo do “Mad Dog”, do “Bolha”, do “Cabeça”, do “Pancinha”, ou, simplesmente, do nosso eterno Márcio Humilde Freire. Um cara Mutcha Onda ao extremo! Valeu por tudo…
Linda entrevista, fiquei emocionado , lembro que em uma das apresentações do Mutcha Onda tava com Márcio sentado e só falamos de sua Trip pela Indonésia , eu com grande admiração ficava atento a cada detalle . Me inspiro muito em ele e de seu trabalho nas minhas trip . ALOHA MARCIO FREIRE vc sempre será meu Ídolo !
Emocionante